Um Olhar Mais Profundo: Terapêutico e Sistêmico para Curar Relacionamentos Difíceis

Você sente dificuldade em lidar com sua mãe? Talvez ela tenha sido ausente, manipuladora, controladora demais, emocionalmente instável, ou partiu cedo * fisicamente ou emocionalmente. Ou pode ser que você nem a conheça. Talvez você sinta culpa por não conseguir amá-la como “deveria”, ou perceba que há algo travado na sua vida e não entende por quê.
Relações difíceis com a mãe costumam se manifestar de maneiras até silenciosas: insegurança, baixa autoestima, dificuldade em se posicionar, repetir padrões afetivos destrutivos ou até mesmo desenvolver sintomas e doenças físicas e emocionais.
Mas… de onde vem toda essa dificuldade? E, mais importante: como curá-la?
Você sabe quais as reais causas da relação difícil com sua mãe?
A primeira tendência é julgar, culpar: “Minha mãe não me deu amor”; “Ela me rejeitou”; “Nunca me ouviu”; ou “Fez o melhor, mas mesmo assim falhou”. Esses sentimentos são legítimos. É o que você vê. Mas há algo mais profundo por trás deles.
As causas dessa dor muitas vezes se enraízam em histórias trans geracionais — ou seja, padrões que vêm de outras gerações. Sua mãe também teve uma mãe e pai, que teve seus pais, que teve seus pais... E, muitas vezes com histórias difíceis. Sua mãe não pôde dar o que nunca recebeu, ou aprendeu a sobreviver ao invés de viver. É o melhor que ela pode dar!
Há traumas não resolvidos, repetições inconscientes, exclusões no sistema familiar que influenciam sua história sem que você perceba. Quando olhamos apenas o comportamento visível, não enxergamos o que sustenta o conflito.
O que diz a visão sistêmica das Constelações Familiares?
Segundo as Constelações Familiares - as ordens do amor - criadas por Bert Hellinger, todos nós pertencemos a um sistema familiar onde existem leis invisíveis que regem o pertencimento, a ordem e o equilíbrio. Quando uma dessas ordens é quebrada — como quando alguém é excluído, julgado ou rejeitado — gera-se um desequilíbrio que pode se manifestar em gerações seguintes. Assim, a relação difícil com a mãe pode refletir lealdades inconscientes, amor cego, tentativas de compensar desequilíbrios no sistema ou uma necessidade profunda de pertencimento.
O trabalho das Constelações permite reconhecer a mãe e o seu sistema familiar de origem como ela é, sem idealização nem rancor, restituindo o amor interrompido e resgatando o fluxo de vida que vem dela.
O que diz a visão da Terapia da Identidade – O Eu saudável
A Terapia da Identidade, desenvolvida por Franz Ruppert, parte da compreensão de que muitos traumas se originam na relação precoce com a mãe, especialmente quando ela não está emocionalmente disponível, é abusiva, ausente ou projetiva.
Diante dessa dor, a psique da criança se fragmenta em três partes: o Eu Traumatizado (que carrega a dor original), o Eu Estratégia de Sobrevivência (que cria defesas e adaptações para suportar o trauma), e o Eu Saudável — que permanece íntegro, mas muitas vezes desconectado.
Essa abordagem busca restaurar o contato com o Eu Saudável, permitindo à pessoa reconhecer o que realmente sente, separar-se das projeções da mãe, largar papéis (estratégias) que assumiu para sobreviver e resgatar sua identidade verdadeira.
Não se trata de perdoar de forma forçada ou de minimizar a dor vivida, mas de olhar com clareza e compaixão para sua própria história, é liberar a memória traumática reprimida — e, a partir disso, fazer escolhas mais livres, mais conscientes e menos repetitivas.
Quais os benefícios que se espera com as terapias?
Com as abordagens das Constelações Familiares e da Terapia da Identidade, é possível alcançar uma reconciliação profunda — dentro de si. A verdadeira cura da relação com a mãe acontece no íntimo, quando você pode sentir no coração e compreender na mente, com consciência e compaixão, aquilo que antes era apenas dor, confusão ou negação.
Esse processo permite libertar-se das amarras emocionais, interromper repetições inconscientes, curar feridas profundas e recuperar o seu lugar no mundo. Ao reconhecer sua origem, sem precisar se fundir ou rejeitá-la, você se torna livre para viver com mais presença, autonomia e verdade.
A mãe não precisa mudar — mas você pode mudar sua percepção, o sentir. O vínculo mãe e filho pode finalmente encontrar paz.
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Rogério Almeida tem formação em Constelação Familiar Sistêmica; Constelações Individuais com bonecos; Supervisão Constelação Empresarial; Constelação Método IOPT da Identidade; Justiça Restaurativa Sistêmica; Mediação Familiar; Barras de Access; É Advogado e Oficial da Polícia Militar do Piauí já na reserva remunerada.